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Suçuarana: o deslocamento como um modus narratológico

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 12 de set.
  • 2 min de leitura
No filme, Dora (à esquerda) realiza viagem em busca de uma terra deixada pela sua família. Crédito: Embaúba Filmes
No filme, Dora (à esquerda) realiza viagem em busca de uma terra deixada pela sua família. Crédito: Embaúba Filmes

Direção: Clarissa Campolina, Sérgio Borges. Roteiro: Clarissa Campolina, Rodrigo Oliveira. Produção: Luana Melgaço, Mariana de Melo, Mariana Mól. Direção de Fotografia: Ivo Lopes Araújo. Colorista: Lucas Campolina. Música: Marco Scarassati, Djalma Corrêa. Montagem: Luiz Pretti. Direção de Arte: Thaís de Campos.

Analisando a obra no seu todo, Suçuarana (2025) pode ser lida como uma obra do deslocamento. Ou que pelo menos tem na manifestação do ato do deslocar-se uma base primária de onde tudo parece partir.


Não podendo ser tomado de modo isolado, ele segue uma interessantíssima tradição ou fluxo perceptível de filmes que, ao longo das últimas duas décadas, colocam o gesto da andança e da movimentação dos seus personagens pelo espaço terrestre brasileiro mais do que um mero traço em comum dado o processo de realização dessas obras.


São uma afirmação de um estado de manifestação de um modus narratológico cinético-afetivo. Afinal, as motivações que fazem Dora partir em busca desse lugar que parece existir apenas em um imaginário de um tempo que nem mesmo ela parece lembrar ao certo.


Mas há, ainda, uma certeza determinante que a guia na direção ou ao encontro dessa Pasárgada particular, familiar, na verdade. Esses são elementos que dizem bastante sobre o modo como o filme se encaixa dentro de uma proposta de uma época.


Longe de estar datado por esta razão, ele se alia a uma mescla de contundentes obras que, juntas, dão a ver um escopo fílmico de um imaginário construído em/no/pelo fenômeno do deslocamento.


Obviamente que resguarda suas semelhanças com títulos como Arábia (2017) e A Cidade onde Envelheço (2016) ou No Coração do Mundo (2019), mas a comparação fica só no campo da semelhança atmosférica mesmo.


Cada um a seu modo, os filmes resguardam questões distintas, como primos de segundo grau pertencentes a uma mesma virtuosa família. Sobre a questão do deslocamento em si, longe de querer ser professoral ou coisa do tipo, falo de modo mais aprofundado a respeito a partir desta pesquisa.

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