A Verdadeira Dor: estados de seres compartilhados
- danielsa510
- 10 de mar.
- 2 min de leitura

Direção: Jesse Eisenberg. Roteiro: Jesse Eisenberg. Montagem: Robert Nassau. Direção de Fotografia: Michał Dymek. Produção: Dave McCary, Ali Herting. Direção de Arte: Marcin Malisz. Som: Tim Korn, Jonathan Fuhrer.
O compartilhamento da dor, aqui, não necessariamente passa por uma construção maniqueísta ou dualista nas posições assumidas pelos personagens.
Isso é ótimo por gerar um estranhamento que não beira o exótico ou que reforça uma estrutura de rechaçamento dos personagens os quais a gente deveria se afeiçoar. Tanto David quanto Benji são estruturados como personagens falhos, figuras inacabadas.
E o interessante é entendermos que a ideia da viagem não funciona como uma alavanca para "consertar" essas pessoas. Elas são o que são, e vão dosando a dinâmica interativa entre elas, as demais pessoas ao redor e as coisas pelas quais eles passam juntos enquanto um processo de manifestação das suas maturidades.
De fato, no contra lugar de onde um filme como "Tesouro" (2024) parte, por exemplo. E ao contrário daqui, onde nada parece funcionar ou se encaixar em desconsideração desses personagens nos quais não sentimos empatia alguma, vontade alguma de ficar perto, no filme de Jesse Eisenberg, intuímos justamente o oposto dessa construção.
A viagem com os primos pode até não ser idílica (como ela foi justamente pensada para não ser) e é por isso que saímos tocados ao fim das suas trajetórias. Aprendemos coisas com eles e sentimos que há determinados valores que os rapazes levam consigo a partir dessa experiência.
Algo que pode variar desde o pedaço daquela da Polônia transposta para o outro lado da América, até a indefinição se um alguém tão complexo como Benji (Kieran Culkin) conseguirá arranhar um pedaço do mundo onde ele possa ser quem ele pode vir a melhor ser hoje. Lindo demais.
Comentários