top of page

Springsteen: Salve-me do Desconhecido | entregas do biópicp contemporâneo

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura
Crédito: Disney
Crédito: Disney

Direção: Scott Cooper. Roteiro: Scott Cooper, Warren Zanes. Direção de Fotografia: Masanobu Takayanagi. Design de Produção: Stefania CellaMúsica: Jeremiah Fraites. Produção: Jon F. Vein, Eric Robinson, Warren Zanes, Tracey Landon. Montagem: Pamela Martin. Som: Paul Massey. Direção de Arte: Christopher J. Morris.


Na comparação com muitos dos biópicos musicais lançados da última década, "Salve-me do Desconhecido" (2025) guarda a distinção de ser um trabalho bem mais naturalista.


Não é nem que esses outros filmes do subgênero não sejam/tenham sido criados tendo como base um momento ou totalidade da carreira de um artista ou nome da indústria, porque o realismo dos fatos retratados, também, está ali.


A questão aqui é o recorte e como essa decisão favorece para o tom equilibrado da obra. Não parece algo apressado. É um recorte no tempo focado na produção de um álbum específico do artista e pronto.


Acho que com raras exceções nos últimos anos, o que é o caso de Homem com H (2025), por exemplo, poucos títulos conseguiram dosar a cronologia do nome biografado com a série de situações e questões a atravessar a vida do personagem em questão.


Em linhas gerais, não parece haver nada demais, sobretudo a respeito do modo como as cenas musicais são representadas. Há instantes que fica bem visível o tom pouco orgânico da atuação em si. Allen White definitivamente não está tocando uma guitarra ou cantando organicamente algo.


É só fazer de conta mesmo. O próprio modo como as cenas são captadas revelam isso. Não vemos sequer os instrumentos no plano. É tudo muito rápido no que tange a esses momentos dessa musicalidade representada no nível da dramaturgia.


Mas reforço: isso não diminui o efeito de estarmos diante do musical ou sequer chega a ser um problema porque a entrega do ator em cena se sobrepõe a tudo isso.


Mais grave, a meu ver, são apenas situações amontoadas do modo mais automático e esquematicamente possível, tal qual vemos em algo como Um Completo Desconhecido (2025).


Mas isso não acontece nesse novo biópico porque as sequências obedecem um fluxo que tem um ritmo bem mais fluido ou que não requer a apresentação de tanta informação em instantes blocados, truncados dramaturgicamente.


A dramatização não precisa que Springsteen esteja o tempo todo (do levantar da cama ao deitar no quarto à noite) com um instrumento na mão. O que configuraria, como vemos no filme de James Mangold, a própria instrumentalização risível do que seria a atividade musical, artística, etc.


Por nos poupar disto e fazer um drama em primeiro lugar, é que o filme do Cooper ganha algum efeito na contramão do simplismo musical representacional contemporâneo, digamos.

Comentários


bottom of page