Entrevista com o demônio: o que vem depois do cinema?
- danielsa510

- 9 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jul. de 2024

Direção: Cameron Cairnes, Colin Cairnes. Roteiro: Cameron Cairnes, Colin Cairnes. Montagem: Cameron Cairnes, Colin Cairnes. Direção de Fotografia: Matthew Temple. Produção: Steven Schneider. Goyer. Som: Emma Bortignon. Efeitos Especiais: Greg Cooper, Peter Leary, Dylan Perry. Maquiagem: Marie Princi, Russell Sharp. Música: Glenn Richards, Roscoe James Irwin.
É curiosa essa sensação que ficamos em relação a tudo o que já possa ter sido dito sobre o cinema, sobretudo quando vamos pensar a respeito da experiência contemporânea. Se tudo já foi posto, o que acrescentar? E mais, o que dizer sobre o que já está posto ou redesenhar esses termos de alguma forma.
Acho que os irmãos Cairnes até operam equilibradamente a ideia de um filme de 93 minutos onde tudo acontece em um espaço único, com exceção do prólogo e sua ambientação para tudo o que acontece ao longo da hora seguinte da obra.
Eles estabelecem esses preceitos ligados aos eventos pregresso da vida do protagonista e suas intenções e talvez parte dos problemas do filme até resida nisso.
Não que as motivações ou ambições que levam o apresentador de TV a fazer o que ele faz precisassem de alguma justificativa hiper elaborada, mas acabamos ficando com a sensação de que há um contentor no meio do projeto e de onde paulatinamente vão saindo os comentários referenciais justamente de tudo o que já se possa ter acontecido no cinema de horror dos últimos 40 anos.
De Rede de Intrigas (1973) a O Exorcista (1976), passando por Invasores de Corpos (1993) a M3gan (2022), tudo soa como um grande exercício de replicação. Mais uma vez, isso nem chega a ser o problema. A questão parece ser processual mesmo.
Como se o filme até tivesse esse pressuposto de uma trama reduzida mesmo, cronológica e espacialmente, mas que mesmo considerando esses parâmetros de criação, o trabalho não resultasse em algo que não fosse apenas celebrativo ou replicante de outras experiências da historiografia cinemática.
Gosto do sentimento de estranhamento inserido em alguns momentos pontuais e sobretudo no epílogo, mas todo o encaminhamento antecessor da sua estrutura mina um pouco essa condição enquanto filme de terror mesmo.
Isso é algo que, a princípio, parece ter sido muito melhor elaborado pela própria IFC Films/Shudder em "Uma Natureza Violenta" (2024). Um projeto também aparentemente direto na sua forma de condução dos eventos e simples, mas não simplista no modo como aborda o terror na sua proposta de reconfiguração. Mas essa é outra estória.



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