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Harry Potter e o Príncipe Mestiço: universalidade anti-conceitual do blockbuster contemporâneo

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 2 de mai.
  • 2 min de leitura
Crédito: Warner Bros.
Crédito: Warner Bros.

Direção: David Yates . Roteiro: J.K. Rowling, Steve Kloves. Direção de Fotografia: Bruno Delbonnel. Som: Peter Burgis. Design de Produção: Derek R. Hill. Efeitos Visuais: Emma NortonMúsica:  Nicholas Hooper. Produção: David Barron, David Heyman. Montagem: Mark Day.


Em síntese, Harry Potter e o Príncipe Mestiço (2009) é um dos capítulos mais bem construídos de toda a série. É um filme minuciosamente pensado e que consegue muito bem subverter a ordem da universalidade anti-conceitual do blockbuster contemporâneo.


Há uma forte ideia de unidade temática e estética quase obsessiva ao longo dos seus 150 minutos de duração. Para o bem, obviamente, é o tipo de filme que nos faz também lembrar das potencialidades que o cinema de gênero - e sobretudo mainstream - pode realocar de si mesmo.


Tudo se encaixa muito harmonicamente nessa proposição de um universo mágico que já não é tão lúdico assim e do modo como a sua vertente formal segue em paralelo com essa premissa.


Cada plano parte dessa ideação de unidade estilística. O quadro e a composição que dele se origina remetem em muito a essa estrutura de uma cinematografia quase impressionista, de fato. Por isso David Yates e seu fotógrafo, Bruno Delbonnel, parecem sempre buscar essa plasticidade quase pictórica tão comum da pintura, por exemplo.


Do mesmo modo, esse acordo entre as bandas sonoras e de vazio silencioso no filme o dotam de uma solidez narratológica ainda maior. A música de Nicolas Hopper nunca soa invasiva.


Por mútuos momentos, apenas o som direto guia nossa atenção ao longo das cenas. Não somos reféns de uma peça fílmica que depende e se modula unicamente por uma estratégia sonora apelativa.


No fim, estamos diante de um filme sobre amadurecimento, também. Nenhuma das tarefas dadas ao protagonista vêm como sendo missões lúdicas e de fácil resolução. Ele falha uma, duas vezes até que enfim, consiga, mais que realizar seu dever, entender as causas e consequências desse estado de coisas.


Por isso a conclusão da estória se dê nessa atmosfera de pesar. A morte, entretanto, não vem enquanto elemento de descarga emocional apenas. Ela surge para mostrar a esses personagens que, mesmo diante de um momento de profunda suspensão como esse, eles podem, enfim, olhar para essa lar que é Hogwarts, a partir de um ponto de vista ainda não percebido. Dessas conotações é que se valem os grandes filmes.

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