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O Acontecimento: o feminino como objeto máximo de estudo

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 14 de nov. de 2022
  • 1 min de leitura

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Direção: Audrey Diwan. Roteiro: Marcia Romano, Audrey Diwan, Annie Ernaux. Produção: Édouard Weil, Alice Girard. Montagem: Géraldine Mangenot. Fotografia: Laurent Tangy. Direção de Arte: Omid Gharakhanian. Som: Marc Doisne. Música: Evgueni Galperine.


A espacialidade do filme está constantemente nos convocando a estarmos junto de Annie. Como sua problemática supera a própria ideia da temporalidade, ela precisa de toda ajuda possível mas não consegue retorno de quase ninguém.


Do seu lado mesmo, apenas o espectador que não a deixa só um minuto sequer. Por isso que a câmera reflete sempre essa proximidade limite entre a protagonista e nós, que estamos do outro lado da tela.


Um engajamento que se valida também pelo jogo entre aquilo o que é exercício de um mundo representado na realidade do filme e a concepção do real que nos traga para o seu interior. Como todo bom filme que parte da prerrogativa do cinema de mulheres, a obra se concentra na jornada da sua heroína sem abrir mão de coloca - la no primeiro plano da narrativa.


Na discussão sobre o gênero, o feminino é o objeto de estudo máximo da estória. Ele não é estabelecido de modo apológico e a exemplo de outros importantes trabalhos como Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019) e Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre (2020), a mulher é a mola motriz dos eventos ocorridos em cena.


Tudo o que se dá no plano da sua corporeidade e na sua subjetividade partem e se encerram nela mesma. Não de modo alienante porque a mensagem é clara: a decisão da intervenção no corpo da mulher é dela. E esses riscos assumidos dentro da questão do aborto também precisam considerar essa prerrogativa.

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