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O Predador: A Caçada - prelúdio sobre um mito de sobrevivência

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 22 de ago. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de jan. de 2023


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Direção: Dan Trachtenberg. Roteiro: Patrick Aison. Produção: Jim Thomas. Montagem: Claudia Castello, Angela M. Catanzaro. Fotografia: Jeff Cutter. Maquiagem: Samantha J. Rumball. Efeitos Visuais: Ryan Cook, Jamie Stevenson.


Gosto bastante de determinadas escolhas estéticas e do campo da abordagem no trato com o desenvolvimento dos personagens que "O Predador: A Caçada" adota. Nada que diga de um especial paradigma enunciado a abrir disso, mas que revela nos seus detalhes um cuidado e maior elaboração tanto na questão das premissas da narrativa quanto na ordem com que a estrutura do filme em si e seus eventos se desenrolam.


O ponto de inflexão sobre esse outro olhar do humano que vai enfrentar o monstro é de fato a premissa mais evidente aqui mas não se estabelece a partir de um propósito gratuito. Há uma modulação ao longo do caminho por que Naru (Amber Midhunter) realiza.


De modo bem objetivo ela tem provar algo para si mesma e sua comunidade antes mesmo de se colocar diante da ameaça que vem de um outro mundo. E se no projeto original de John McTiernam os brucutus das forças armadas americanas não sabiam ao certo com o que estavam lidando até um distante ponto da projeção, aqui Naru logo da-se conta do que precisa confrontar.


Um sentido desperto não de modo gratuito, apesar da relativa rapidez com que isso ocorre. E que ressoa apenas o dinamismo com que a estória é trabalhada. Ainda pensando sobre a jovem em paralelo com a ideia do então machão heróico, no filme de 1987 assumido pela personagem de Schwarzeneger, há uma clara reconstituição que supera a própria ideia do discurso da representação de gênero em si.


A emancipação dessa jovem guerreira comanche se estabelece muito também pelo seu desenho enquanto figura do protagonismo no gênero da ação. Objetivamente falando, tudo pelo o que ela passa e o que ela faz a conduzem ao caminho da sua maturidade. Ela tem um objetivo no embate contra o monstro, mas a sua tarefa não se define em função disso.


No espelhamento da relação com a figura do irmão mais velho, ela toma para si a referência de boa parte do que ele é para se estabelecer. Interessante que ainda que esse modelo não resista ao ambiente de crise que o antagonista estabelece, ele não se descaracteriza em momento algum.


Essa força do guerreiro mais experiente é o que permite que a heroína perceba suas potencialidades. Força essa que a conduz para desfecho da trama.

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