O Senhor dos Anéis: As Duas Torres - O virtuosismo do novo clássico
- danielsa510

- 28 de dez. de 2022
- 2 min de leitura

Direção: Peter Jackson. Roteiro: Peter Jackson, J.R.R. Tolkien, Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair. Produção: Barrie M. Osborne, Fran Walsh. Montagem: Michael Horton. Fotografia: Andrew Lesnie. Design de Produção: Grant Major. Som: Christopher Boyes. Música: Howard Shore. Efeitos Visuais: Jim Berney, Paul Lasaine.
Colocar o filme em perspectiva frente aos derivados, como o lançado pela Amazon neste ano, se torna um exercício interessante. Das duas décadas exatas que separam as produções, fica bem evidente o virtuosismo que o projeto de Peter Jackson, já há época revestida por uma altíssimo orçamento, tem em relação à fan fiction de Jay A. Bayona.
Não se trata sequer de fazer uma comparação direta por aquilo o que a série não consegue movimentar frente a esse antecessor. Porque "As Duas Torres" leva indistintamente essa carga específica do filme de aventura aventura do início do século com alguns traços bem marcantes.

O primeiro deles pode ser lido como o seu aspecto de uma obra clássica, ainda que o uso da tecnologia da computação gráfica dê o tom plástico em diversos instantes do longa. Naquela virada de um novo século e milênio, os efeitos visuais eram (como ainda seguem hoje) um ponto de divisão determinante na construção dessa cinematografia do futuro.
Mas curiosamente, olhando pelo retrovisor daquela revisão temporal, conseguimos perceber com maior nitidez o quanto Jackson dosa esse uso da inovação tecnológica em favor dessa coesão entre um aspecto mais prático da construção narrativa (o índice purista da imagem captada apenas pela câmera em si) e sua introdução à partir daquilo o que a estória pede nos seus instantes mais espetaculares (os seres místicos, a multiplicação das figuras em cena e as ambiências que acolhem esses mesmos seres).
É uma forma bem distinta de aliar uma perspectiva do cinema mainstream numa lógica que não se apresenta de todo assaltada por qualquer espécie de delírio perceptivo que a máquina de Hollywood estabelece no seu fazer. E ainda que As Duas Torres não seja tão elíptico quanto seu antecessor, preserva esse ritmo de gradações.
Onde um evento se sucede ao outro sem que eles tenham de disputar entre si algum lugar específico no todo que que a narrativa exerce. Essa, à propósito, parece ser uma das maiores deficiências da superprodução da Amazon Studios.



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