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Thor: Amor e Trovão - filme de alinhamento a uma estrutura destrutiva

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 11 de jul. de 2022
  • 2 min de leitura

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Direção: Taika Waititi. Roteiro: Taika Waititi, Jennifer Kaytin Robinson. Montagem: Peter S. Elliot, Jennifer Vecchiarello. Fotografia: Barry Idoine. Figurino: Mayes C. Rubeo. Produção: Kevin Feige, Louis D'Esposito. Música: Michael Giacchino


É realmente sintomático os traços comuns desses filmes/séries produzidos pela Marvel Studios no triênio 2019/2022. São de fato uma espécie de amálgama de trabalhos que parecem abrir mão de qualquer possibilidade de uma construção minimamente complexa à despeito de propostas narrativas preguiçosas, idiotizadas e que buscam em maior instância gerar a empatia do espectador passivo em relação a todos esses pontos por ele desconhecido.


Do mesmo modo, fica bem latente aqui esse engessamento daquilo o que o próprio Taika Waititi estabeleceu no filme anterior de 2017. Não que haja alguma diferença abissal entre ambos os trabalhos, mas é muito evidente como "Amor e Trovão" (2022) é um projeto mais alinhado à essa destrutiva nova ordem da Disney.


De projetos que além de sofrerem dessa falta de criatividade na proposição das estórias, são igualmente incapazes de dar conta das próprias narrativas nas quais eles se debruçam. Falamos de filmes que falham copiosamente na simples tarefa de dar cabo a um fluxo dramatúrgico com início, meio e fim.


Porque se em "Ragnarok" percebemos exatamente essa subdivisão muito prática do filme como um grande bloco de estágios os quais os personagens estão inseridos, em "Amor e Trovão" isso sequer pode ser mencionado. Sem personalidade e totalmente genérico, o último filme da Marvel se encaixa na problemática onda do que poderíamos entender como "filmes confortáveis".


Não em um sentido amplo do termo, mas na pior das ideias a respeito dessas obras que apenas expõem temas e situações da pior forma possível. Quando vemos Jane como a "Poderosa Thor" , ficamos muito mais com a impressão de que essa figura exista ali na realidade do filme simplesmente como esse frágil comentário sobre o que seria essa mulher forte da narrativa contemporânea.


Em um mundo cada vez mais polarizado e onde ser mulher exige a consciência dos seus papéis e escolhas, é péssima a construção que esses showrunners assinam para uma figura como essa. Da mulher que se percebe desafiada pela vida mas não amadurece para lidar com esse problema.


São inúmeras as ideações de negação, não apenas de Jane mas de vários outros personagens (Thor, Zeus, por exemplo). São configurações que aparecem como "vícios de linguagem", grosso modo.


Porque ao invés de se fortalecerem e se empoderarem por meio de uma dinâmica de aprendizados em progressão, os personagens apenas negassem a natureza dos eventos em um reflexo direto da própria incapacidade que a narrativa tem de se estruturar a partir de uma escala positiva das lições que esses heróis/deuses tivessem a exemplificar.


No fundo, esses filmes/seriados da Marvel Studios/Diney talvez não tenham nada mesmo a nos ensinar e isso é uma pena, de fato.

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