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Tudo o que você podia ser: vidas e esperanças encenadas

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 30 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 15 de jul. de 2024


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Crédito: Vitrine Filmes

Direção: Ricardo Alves Jr. Roteiro: Ricardo Alves Jr, Germano Melo. Montagem: Lorena Ortiz. Direção de Fotografia: Ciro Thielmann. Produção: Julia Alves, Ricardo Alves Jr. Edição de Som: Pablo LamarMúsica: Barulhista. Direção de Arte: Luiza Palhares


O filme lembra bastante o espírito da realização que moveu toda uma leva de obras produzidas no Brasil de 2010 em diante. Claro que, no que entendemos hoje como a experiência do novíssimo cinema brasileiro, Ricardo Alves Jr. é, também, um contemporâneo desse recorte.


E sua obra passa pelo entendimento, tanto das dinâmicas desse tempo quanto dos processos por que a cinematografia nacional elabora na sua atual composição. Aqui, gosto bastante dessa ambiência "neorrealista" que leva as narrativas e suas personagens para as ruas. Mas não somente isso.


Que pensa, também, como essa espacialidade é uma parte fundamental para o modo como o trabalho se apresenta e fala das questões que ele deseja movimentar e problematizar junto ao mundo.


Não é nada que venha numa ordem de reimaginação ou mesmo reinvenção das nossas práticas, mas é um projeto que reconhece a centralidade do papel que a realização em audiovisual assume ao decidir colocar as vidas dessa personagens em cena e não em jogo.


Principalmente quando falamos no sentido da promoção paga que o filme de conteúdo apologizante equivocadamente, e muitas vezes até inconscientemente, acaba assumindo para si ao propragar apenas uma celebração massificada e customizada dessa brasilidade.


Imaginar a lógica das produções da televisão aberta no país, hoje, passa muito por isso. E em cima disso é que o cinema feito em nosso território precisa se retroalimentar.


Enquanto parte desses processos são gestados e experimentados nos múltiplos polos nacionais, há uma base que vai tocando a celebração da vida e das possibilidades de reelaboração desse viver.


Acompanhar essas pessoas nesse processo e mais que isso, permitir que elas mesmas reescrevam suas linhas a partir daquilo o que a máquina cinema permite é sempre algo da ordem de uma legitimidade que resguarda a prática da arte e da política como uma dupla via de execução rumo a um futuro com alternativas que não seja só a da violência e da tragédia da intolerância.

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