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Um Lugar Silencioso - Parte II:

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 22 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

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Direção: John Krasinski. Roteiro: John Krasinski. Montagem: Michael P. Shawver. Direção de Fotografia: Polly Morgan. Produção: Michael Bay. Música: Marco Beltrami.


Jonh Krasinski consegue modular muito melhor as tensões e o próprio desenvolvimento da narrativa como um todo nessa segunda parte da estória. A própria ideia da construção capitular e projetada sublinarmente funcionam muito mais aqui.


O filme soa até mais dinâmico do que seu antecessor e não apenas pelo caráter emergencial que a narrativa evoca. Esses personagens em fuga têm motivações bem legítimas e não tomam suas decisões em resposta à situações criadas também em um esquema expositivo e descartável.


Quando os monstros entram contextualizados nas cenas, eles próprios ganham novas camadas que o longa anterior não chegou a considerar tanto assim. Um desses pontos é o aproveitamento dessas figuras enquanto elemento de ameaça aos humanos.


Ao invés de vermos uma orda deles atacando a tudo e a todos, moderação. Vemos um monstro aqui e outro ali. Isso funciona bem porque ajuda nas suas caracterizações enquanto ameaça "reais". Além disso, ajudam na constituição da força dramática nas cenas de ação.


Por ser uma obra mais enxuta, ela é um ótimo exemplo para análise de quem está iniciando na relação mais ativa com a cinefilia ou no exercício do audiovisual como um todo. Cada ato se resume a uma situação em específico. E é nesse sentido que ele se torna positivamente didático até.


Não notamos uma construção desgastante e travada onde os personagens estejam inseridos numa espiral de intermináveis e inconciliáveis plot twists. Macroestruturalmente falando, essa objetividade em como os eventos são encadeados ajuda bastante na natureza fluida com que a ação se desenrola.


Praticamente no nível dos gatilhos contidos na narrativa, também não percebemos novos elementos para além do que já tínhamos sido apresentados no capítulo anterior. O armamento, as "bombas auditivas" e a coragem da família Abbott constituem essa liga referencial pré-estabelecida. E tudo bem. Isso não é um problema.


Porque no apanhado geral, Krasinski consegue fechar de modo bem convincente a concepção desse câmbio de responsabilidades das diferentes gerações da estória. Juntos, adultos e jovens alternam esse protagonismo na resolução e na sedimentação das tensões que esse universo impõe a cada um desses grupos.


No fim, cada um deles terá saído dessa parte da narrativa mais fortalecido. Os adultos por entenderem que agiram no momento em que os adolescentes ainda estariam despreparados. E a juventude, por assumirem a frente da resolução do desafio no momento em que os adultos já não estariam aptos a validar esse papel.

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