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Casa de Dinamite: redundância fragmentada

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

Acho que o problema de Casa de Dinamite (2025) não é nem a Kathryn Bigelow decidir compartimentar a narrativa. Esse é, inclusive, um bom gancho para a condução de obras focadas na ação, ainda que ela aconteça numa dimensão menos prática e mais dramática da coisa, tal qual a diretora propõe, aqui.


A questão é a redundância mesmo. A ferramenta da fragmentação é um dos recursos mais instigantes que o cinema contemporâneo pode lançar mão. Mas o modo como os eventos são organizados e listados, tal qual uma roleta invariável, torna tudo previsível demais.


Quando a segunda rodada em torno da situação começa, já temos uma ideia de que tudo não se trata, por exemplo, sobre um estudo do ponto de vista. É o mesmo evento numa escala de repetição.


Não há espaço para uma inserção mínima de elementos velados que viriam a revelar algo que o segmento anterior não tivesse vindo a abordar. Logo, isso não parece suficiente para que a estrutura do thriller se sustente ao longo de três arcos.


O próprio sentido de emergência a partir de uma situação de crise que a narrativa evocaria vai perdendo a força quase que exponencialmente em função disso. Eu até gosto do tom geral da trama.


É legal a ideia de "entrarmos" nessas salas de comando onde a abordagem geralmente se assume apenas numa escala mais genérica dos filmes de ação, como Missão: Impossível e afins.


Não é nem que a Bigelow construa uma hiper complexa abordagem à semelhança do que um Costa-Gavras faria. Óbvio que não.


Mas a relativa sobriedade no trato da construção dos personagens e no modo como eles reagem às situações, garantem até uma certa dose de naturalismo que, queira ou não, se vincula a esse ar mais sério da proposição dramática em linhas gerais.


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