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John Wick: Chapter 3 - a modulação entre a ação direta e a objetividade dramatúrgica

  • Foto do escritor: danielsa510
    danielsa510
  • 22 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura

Direção: Chad Stahelski. Roteiro: Derek Kolstad, Chris Collins Produção: Chad Stahelski, David Leitch, Basil Iwanyk, John R. Saunders, Jennifer Madeloff, Erica Lee. Dublê: Jonathan Eusebio. Montagem: Evan Schiff. Fotografia: Dan Laustsen. Direção de Arte: Chris Shriver. Música: Tyler Bates, Joel J. Richard. Som: Mark P. Stoeckinger.


É certamente um dos melhores filmes da franquia, considerando a dificuldade que temos em definir "o melhor", dadas as pequenas particularidades que cada uma das três obras juntas têm. Parabellum consegue equilibrar muito bem a dinâmica entre a ação e os momentos de carga mais dramática. As escolhas que Chad Stahelski faz em relação a tudo o que o gênero já estabeleceu é um dos grandes méritos do filme.


Considerados por muitos como o melhor capítulo (até agora) centrado nas aventuras do ex-assassino de aluguel, o longa-metragem encontra sua maior força exatamente na conciliação entre os elementos de uma ação mais estilizada e menos focada em conceitos dramatúrgicos elementares ou expositivos.


Nesse sentido, conseguimos muito claramente perceber como os subtextos operam para criar camadas dentro da narrativa. A ideia da consequência que os atos que as personagens tomam é de uma sobriedade que garante força e solidez ao longa.


As sequências de ação continuam muito bem executadas aqui e definem toda a linha estrutural do filme na sua totalidade. A estética da câmera que acompanha os movimentos das personagens em detrimento da câmera nervosa retorna como uma das melhores marcas, não apenas do cinema de Stahelski, mas de uma distinta leva de filmes de ação contemporâneos.


Mas o efeito que essa fotografia traz para a obra supera a questão estética. E é muito interessante notar o quanto a técnica influência positivamente na concepção geral do filme, enquanto projeto de ação que não se rende às amarras que o gênero já estabeleceu.


Parabellum não é um longa original no sentido de reinvenção dos códigos contidos no cinema de ação. E pelo contrário, ele se utiliza do cânone estabelecido para repensar o agenciamento entre o que as cenas de lutas podem oferecer (entre espaços e situações a se explorar), bem como a dialética que envolve o círculo das personagens que compõem a trama.


Aqui, entendemos que Jonh é o protagonista, mas essa liderança não necessariamente depende só dele. Ele é, sim, imbatível, mas esse protagonismo é dividido com as personagens que estão ao seu lado. E isso é algo muito legal porque prova que a franquia tem fôlego para se desenvolver para além do nome desse herói incansável.

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